Em sua vasta obra,
László Zinner figura como o
artista criador da popular escultura-troféu “Juca Pato”, concedido anualmente em São Paulo, pela União Brasileira dos Escritores à
personalidades de relevado destaque.
László Zinner nasceu em Dömös (Hungria), em 28 de setembro
de 1908, e teve sua família exterminada
pelos nazistas.
László criou arte em
vários países onde viveu: Hungria,
Bélgica, França, Espanha, Marrocos, Portugal, mas decidiu permanecer no Brasil, em busca de paz e liberdade, tendo
sido professor do Instituto Mackenzie em
São Paulo(1954-1977)
Além dos anos
dedicados à sua formação como escultor, modelador e desenhista, devemos
considerar sua passagem diaspórica pela Europa abalada pela proliferação do
antissemitismo e pelo avanço do nazifascismo nas décadas de 1930 e 1940.
As peças esculpidas
por ele tem vida própria carregando consigo o brilho que expressa a aura do seu
modelo.
O artista
homenageou o Presidente Kenedy como grande democrata, e uma comitiva especial do governador Adhemar de barros
(SP), foi à Washington D.C. e entregou esta estatueta-troféu onde o
Presidente Kenedy abraça um
menino negro.
Sobre Juca Pato, esta figura nunca existiu de fato, porém
fora uma personagem criada pelo jornalista Belmonte em 1925,(
http://almanaque.folha.uol.com.br/belmonte.htm ), e que tornara se muito popular na década de 30 e 40 em São Paulo. A
personagem que circulava na ” FOLHA DA
NOITE”, carregava consigo as aspirações e frustrações da classe média e condenava veementemente a corrupção.
Em 1962, A União Brasileira dos Escritores criou o prêmio Juca
Pato de Intelectual do Ano. Seu idealizador, o escritor Marcos Rey, foi quem
propôs utilizar o nome do personagem de Belmonte: "O Juca Pato, a grande
vítima dos tubarões, pisado pelos homens da lei e pelos poderosos, e que nunca
teve um amigo, o terá agora na pessoa do intelectual”, e coube então ao artista László com seu dom dar a forma definitiva à personagem, que já
homenageou nomes como: Caio Prado, Érico
veríssimo, Sérgio Buarque de Holanda, Dalmo Dallari, Cora Coralina, Frei Betto,
Paulo Evaristo Arns, José Mildllin, pessoas estas que apesar do regime de exceção no Brasil, conseguiam lutar contra a repressão da ditadura.
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Hildegard Frussa Zinner 1956 |
E assim, com esta justa homenagem, a sociedade paulistana e
brasileira, tem a oportunidade de
reconhecer, prestigiar e difundir a obra e vida deste artista que tanto amou
esta pátria, e que aqui deixou seus descendentes.
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Paulo, Silvana e Lászlò Zinner |
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Boris Kossoy- historiador da Fotografia e Jorge Bodansky - cineasta |
Na agradável tarde de sábado, durante o elegante coquetel
oferecido na abertura da exposição à um seleto público, convidados ilustres
enalteceram a personalidade e a obra do artista.
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Silvana Zinner, Maria Luiza Tucci Carneiro, Paulo Zinner e Hildegard Frussa Zinner |
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Silvana Zinner, Léa Okamoto, Wanderlei Celestino e Hidelgard Frussa Zinner foto Paula Ruscio |