segunda-feira, 12 de maio de 2014

LÁSZLÓ ZINNER, ESCULTOR DO ÍCONE ” JUCA PATO”, TEM RETROSPECTIVA EM SÃO PAULO, NA CASA DA FAZENDA.

Em sua  vasta obra, László Zinner figura  como  o  artista criador  da popular  escultura-troféu “Juca Pato”,    concedido anualmente em São Paulo,  pela União Brasileira dos Escritores à personalidades de  relevado destaque.


László Zinner nasceu em Dömös (Hungria), em 28 de setembro de 1908,  e teve sua família exterminada pelos  nazistas.

László criou arte  em vários países onde  viveu: Hungria, Bélgica, França, Espanha, Marrocos, Portugal, mas  decidiu permanecer  no Brasil, em busca de paz e liberdade, tendo sido professor do  Instituto Mackenzie em São Paulo(1954-1977)

 Além dos anos dedicados à sua formação como escultor, modelador e desenhista, devemos considerar sua passagem diaspórica pela Europa abalada pela proliferação do antissemitismo e pelo avanço do nazifascismo nas décadas de 1930 e 1940.

As peças  esculpidas por ele tem vida própria carregando consigo o brilho que expressa a aura do seu modelo.

 O artista homenageou   o Presidente Kenedy  como grande democrata, e uma comitiva  especial do governador Adhemar de barros (SP), foi à  Washington D.C.   e entregou esta estatueta-troféu  onde o  Presidente Kenedy abraça  um menino negro.

Sobre Juca Pato, esta figura nunca existiu de fato, porém fora uma personagem criada pelo jornalista Belmonte em 1925,( http://almanaque.folha.uol.com.br/belmonte.htm ),  e que tornara se muito  popular na década de 30 e 40 em São Paulo. A personagem  que circulava na ” FOLHA DA NOITE”,  carregava consigo as  aspirações e frustrações  da classe média e condenava veementemente  a corrupção.


Em 1962, A União Brasileira dos Escritores criou o prêmio Juca Pato de Intelectual do Ano. Seu idealizador, o escritor Marcos Rey, foi quem propôs utilizar o nome do personagem de Belmonte: "O Juca Pato, a grande vítima dos tubarões, pisado pelos homens da lei e pelos poderosos, e que nunca teve um amigo, o terá agora na pessoa do intelectual”,  e coube então ao artista  László com seu dom dar  a forma definitiva à personagem, que já homenageou  nomes como: Caio Prado, Érico veríssimo, Sérgio Buarque de Holanda, Dalmo Dallari, Cora Coralina, Frei Betto, Paulo Evaristo Arns, José Mildllin, pessoas estas que apesar do regime de exceção no Brasil, conseguiam  lutar contra a repressão da ditadura.
Hildegard Frussa Zinner 1956
                                               
E assim, com esta justa homenagem, a sociedade paulistana e brasileira,  tem a oportunidade de reconhecer, prestigiar e difundir a obra e vida deste artista que tanto amou esta pátria, e que aqui deixou seus descendentes.

Paulo, Silvana e Lászlò Zinner
Para felicidade dos amantes e estudiosos deste ícone das artes,   está sendo  realizada esta importante exposição na Casa da Fazenda em São Paulo, para homenagear “ um artista cujo legado contribui para a valorização das artes plástica enquanto promotora do dialogo entre os povos.” 


Boris Kossoy- historiador da Fotografia e Jorge Bodansky - cineasta
Na agradável tarde de sábado, durante o elegante coquetel oferecido na abertura da exposição à um seleto público, convidados ilustres enalteceram a personalidade e a obra do artista.
Silvana Zinner,  Maria Luiza Tucci  Carneiro, Paulo Zinner e  Hildegard  Frussa  Zinner
Os filhos: Paulo e Silvana,  retratados  pelo artista quando crianças,   estiveram no evento ao lado  de Dona Hildegard Frussa Zinner, esposa saudosa,   também  imortalizada pelas mãos mágicas do artista, que  partiu em  20 de julho de 1977, deixando para o Brasil e para o mundo um  legado  primoroso de uma obra magnânima, que  é referência artística e acadêmica, e cuja justa homenagem se faz necessária em reconhecimento  ao talento cintilante do imortal artista e homem  LÁSZLÓ ZINNER.



Silvana Zinner, Léa Okamoto, Wanderlei Celestino e Hidelgard  Frussa Zinner  foto Paula Ruscio

 












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