MASP Apresenta “O sentimento da Arquitetura”,de De Chirico,o criador da arte metafísica.
Porém, este espaço arquitetônico, praça ou quarto, não é necessariamente real, mas sim um espaço imaginário , onde é possível a representação dos sentimentos, da melancolia, que se traduzem neste extraordinário conjunto de figuras que contemplam ou são contempladas por esta "aura" que exprime a sensação de vazio.
De Chirico batizou seu estilo como arte metafísica, quando pinta imagens de suas memórias afetivas, diferente do surrealismo cujo tema são os sonhos, delírios, e a escrita automática.
Ele desenvolveu este estilo quando após uma longa doença, sentado em um banco de praça em Florença, vislumbrou a mesma transfigurada, e então se deu conta de que é o homem quem dá sentido real aos espaços, e estes, sem o homem, são apenas espaços vazios, sem a representatividade que os legitime.
Sua obra recorre a temas clássicos e mitológicos, e ao mesmo tempo, em uma mesma tela, pode se encontrar traços de arte primitiva, clássica, contemporânea: surpreendentes homens sem face, ou homens cibernéticos, cidades esvaziadas, restos de civilização, fusão de homem, máquina com arquitetura, estas compilações arquetípicas transformam De Chirico num mistério, de onde apenas alguns lampejos são revelados, porém o todo permanece enigmático, reservado ao próprio criador.
Suas telas e esculturas, transmitem uma inquietante sensação de que algo se perdeu , de que algo ficou suspenso no tempo, indecifrável, indissolúvel, também não revela se é presente, passado ou futuro, e este anacronismo, em conjunto com os demais signos em De Chirico, faz sua obra transcender do contexto físico para o metafísico, instigando novas leituras e interpretações.
serviço:
DE CHIRICO: O SENTIMENTO DA ARQUITETURA - Masp. Avenida Paulista 1.578, de 3ª a dom., 11h/18h; 5ª, 11h/20h. R$ 15. Até 20/5. ( entrada franca às terças).
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